quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

'Não fui eu. Agora quem foi eu não sei', diz Gil Rugai durante interrogatório

Ex-seminarista é ouvido no 4º dia de júri. Após responder às perguntas do juiz e primeiros questionamentos da acusação, Gil Rugai decidiu, aconselhado pela defesa, ficar em silêncio


O réu Gil Rugai, acusado de matar pai e madrasta em 2004, é interrogado desde as 15h50 desta quinta-feira, no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Ao ser questionado pelo juiz Adilson Paukoski, o réu negou a autoria do crime. 'Não fui eu. Agora quem foi eu não sei', disse.
O réu ainda declarou que mantinha um bom relacionamento com o pai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitino. Segundo Gil, "havia respeito mútuo entre ele a madrasta".
Gil Rugai também negou já possuiu uma arma de verdade e disse as únicas munições reais que teve foram três cápsulas de fuzis da 2 ªGuerra Mundial, que comprou em uma loja de antiguidades.
O réu respondeu às perguntas feitas pelo juiz por aproximadamente uma hora e meia, quando começou a ser interrogado pela acusação. Sempre calmo e sem alterar a voz, Gil Rugai respondeu aos questionamentos sem entrar entrar em detalhes e dar opiniões sobre as provas contra ele.
Mas após o promotor fazer afirmações do processo e questionar a opinião do réu, um dos advogados de defesa aconselhou Gil a não se posicionar mais sobre essa afirmações. "A partir de agora, você está aconselhado a não responder mais às afirmações do promotor, apenas às perguntas", disse o advogado.
O pedido do advogado iniciou uma pequena discussão entre a defesa e acusações, até o juiz teve que intervir. Então a defesa pediu que Gil Rugai não respondesse a mais nenhuma pergunta do promotor. Gil Rugai atendeu a recomendação e afirmou que não responderia a mais às questões. Então o juiz interrompeu a sessão, que está em intervalo.
Ontem (20), o defensor Thiago Anastácio disse que o réu abriria mão de direito de permanecer em silêncio para responder as questões do juiz e promotoria. O advogado fez apenas uma ressalva: "Ele responderá, tenha a mais absoluta certeza. A não ser que haja algo como uma falta de respeito. Se o réu for desrespeitado, ele cala", ameaçou o defensor. Ele justificou a decisão afirmando que Gil Rugai seria "a única pessoa no processo que sempre deu a mesma versão".
4º dia de júri: Sócio viu arma de Gil Rugai e relata ter sofrido ameaças dias após crime
Neste quarto dia de júri, além do depoimento do ex-sócio de Gil, outras duas testemunhas convocadas pelo juízo foram ouvidas. Em seu depoimento, Rudi Otto confirmou a versão dada à polícia dias após o crime. Segundo ele, Rugai tinha uma "mala fuga".
Na mala, havia o revólver, uma estrela ninja, duas facas, um canivete, selos que lhe pareceram LSD e notas de dólares e reais. "Não foi confortável saber que ele tinha uma arma". Otto contou ainda que desconfiou de Rugai logo que soube do crime. Ele teria corrido para o escritório procurar a pistola, mas não a encontrou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário