Arte para tratar o crack
Oficinas de artesanato, música, poesia e teatro despontam como ferramentas para o tratamento da dependência química
O polegar usado para atiçar o isqueiro e acender freneticamente o cachimbo agora tem outra função. As mãos de Índio, 37 anos, há quatro meses, fazem arte. Transformam lixo em quadros e murais, em um processo realizado dentro de um ateliê instalado na Cracolândia – região da capital paulista que acumula, a céu aberto, milhares de pulmões e cérebros devastados pelo crack.Com os dedos torturados pelos 20 anos passados na rua, Índio – que nasceu Cícero Rodrigues e ganhou o apelido devido aos traços caboclos herdados da avó – usa o artesanato para driblar a dependência química de forma autodidata, “por instinto”. Mesmo sem ter consciência disso, ele mira a abstinência usando uma ferramenta terapêutica que ganhou os consultórios, as clínicas e os centros de saúde espalhados por todo País
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