quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Rio tem 95 mil pessoas em áreas de alto e médio risco de deslizamentos

Levantamento contratado pela prefeitura aponta 121 comunidades sob grave ameaça diante das chuvas. Apesar de ter encomendado estudo, município recorreu à Justiça para impedir obras de


Em 2011, Joyce morava de aluguel no Borel, em casa interditada pela Defesa Civil com os dois filhos, de 2 e 4 anos. Há 990 domicílios em áreas de alto risco na comunidade, onde três morreram em 2010

Um levantamento contratado pela Prefeitura do Rio apontou que 95 mil pessoas vivem em casas em áreas de alto e médio risco de escorregamentos, em 121 comunidades na cidade. O “Mapa de Susceptibilidade a Escorregamentos” foi feito pela empresa de Engenharia Concremat, a pedido da Fundação Geo-Rio, após as chuvas de 2010, e deu origem ao “Inventário de Risco”.
Do total, quase 66.815 mil pessoas vivem em áreas de alto risco e 27.997 em locais de médio risco na capital. Os meses de verão são, historicamente, aqueles em que há chuvas mais fortes e escorregamentos no Rio.


Deslizamento na parte alta do Morro do Borel matou 3 em 2010

São 20.247 domicílios em alto risco e 8.484 em locais de médio risco. Tendo em vista a média de 3,3 pessoas por residência na cidade do Rio, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), essas residências ameaçadas equivalem a 66.815 pessoas em áreas de alto risco e 27.997 em médio risco.
De acordo com o “Inventário de risco”, apenas nas sete comunidades (Rocinha, Morro do Alemão, Joaquim de Queiroz, Borel, Barão, Bispo e Morro da Formiga) com maior número de edificações em áreas de alto risco são 18.673 pessoas sob ameaça – em 2.667 residências –, diante das chuvas.
Apesar de o trabalho ter sido feito por encomenda de um órgão municipal, o iG revelou que a Prefeitura do Rio recorreu à Justiça para suspender liminares de 13 ações civis públicas do MP que a obrigavam e o Estado a fazer obras emergenciais de prevenção a deslizamentos. O presidente do TJ, Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, cancelou as liminares, em bloco, a pedido da prefeitura e do Estado.
O site da Defesa Civil do Município informa que o “Inventário de Risco” é “um levantamento que identifica onde a possibilidade de deslizamento do solo pode deixar em risco a vida de pessoas”. Segundo o órgão, há 117 Comunidades na condição de “altíssimo risco de deslizamento”.

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