domingo, 20 de janeiro de 2013

                          Memória

Trinta anos sem Garrincha, o Anjo das Pernas Tortas

O craque alcançou os céus com seu improvável talento com a bola e depois desceu ao inferno, num triste final de carreira

 
Há exatos 30 anos o Brasil perdia um ídolo do esporte e o senhor dos dribles, que alcançou os céus com seu improvável talento com a bola e depois desceu ao inferno, num triste final de carreira. Dono das pernas tortas mais famosas do futebol mundial, Garrincha é considerado herói da Copa do Mundo de 1958 e, principalmente, da Copa do Mundo de 1962 quando, após a contusão de Pelé, se tornou o principal jogador da seleção canarinho.
Inesquecível quando nos gramados, o fim da vida foi cruel com o ponta-direita conhecido como Alegria do Povo. Após superar os problemas físicos, Garrincha foi derrubado pelo alcoolismo. Escanteado e morando de favor, o Anjo das Pernas Tortas morreu de uma cirrose hepática em 20 de janeiro de 1983, aos 49 anos.
Nascido em 1933, Manuel Francisco dos Santos era natural de Pau Grande, um distrito de Magé, no Rio de Janeiro. Vindo de uma família humilde e com 15 irmãos, Garrincha ganhou o apelido da irmã, em alusão ao pássaro do mesmo nome muito comum na região. Aos 15 anos, Mané mostrava incrível aptidão para o futebol no Esporte Clube Pau Grande, apesar da distrofia física da qual sofria: sua perna direita era seis centímetros mais curta que a esquerda, ambas flexionadas para o lado esquerdo.
Após batalhar para jogar nos times grandes do Rio de Janeiro, o Anjo das Pernas Tortas estreou no Botafogo em 1953 e brilhou até 1962. Fez parte do melhor time alvinegro de todos os tempos, que contava com Zagallo, Didi, Amarildo e Nilton Santos, entre outros. Sua melhor jogada era o drible para a direita, o arranque e o cruzamento para a área.
Em 1962, quando começou um conturbado romance com a cantora Elza Soares, Garrincha tinha sete filhas com Nair, sua mulher, um casal de filhos com Iraci, sua amante e um filho sueco concebido em junho de 1959. Além destes, teve uma oitava filha com Nair, um filho com Elza e mais uma filha com Vanderléa, sua última mulher, totalizando 13 filhos. Fruto de seu relacionamento com a sambista, Manuel Garrincha dos Santos Júnior morreu em 1986, aos 9 anos de idade, após um acidente automobilístico.
O camisa sete da seleção jogou 60 partidas pelo Brasil e encantou a todos em três Copas do Mundo: da Suécia (1958) e do Chile (1962), das quais o Brasil foi campeão, e da Inglaterra (1966). Com Garrincha, o País obteve 52 vitórias e sete empates.
No Botafogo, jogou 581 vezes e fez 232 gols. Foi campeão da Liga Carioca em 1957, 1961 e 1962 e do Torneio Rio-São Paulo em 1962 e 1964. No final da carreira, quando o seu futebol começou a sofrer por seu grave alcoolismo e de uma artrose no joelho, jogou também no Corinthians, no Flamengo, no Olaria e em outros times brasileiros e estrangeiros.

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